Ficam excertos da recente intervenção do Presidente da Junta de Freguesia de Ribeira de Frades, na Assembleia Municipal, sobre o enclave dos Carregais.
Divulgo para que mais pessoas saibam o tratamento que os habitantes dos Carregais tiveram, por parte de assessores e chefes de gabinete da Câmara, do Presidente da Assembleia Municipal e já agora, do Presidente da Junta de Freguesia de Taveiro, que não defendeu os superiores interesses dos enclavados.
Nota: os sublinhados são de minha autoria
«Durante a minha juventude e também de outros como eu que foram criados na aldeia, tinha um gosto enorme em coleccionar “cromos da bola”, que por vezes até vinham a embrulhar rebuçados, que depois colávamos em cadernetas e que eram grande motivo de orgulho para todos, quando conseguíamos finalizar a colecção.
Perdoe a comparação, mas, V.ª Ex.ª tem um outro “hobbie”, e esse “hobbie” é coleccionar pedidos de parecer de Projectos-Lei, envolvendo o enclave de Carregais, pertença de Taveiro, cuja população pretende a desanexação e integração na Freguesia de Ribeira de Frades.»
«Neste momento, são já três os pedidos de Parecer que V.ª Ex.ª não se digna sequer agendar, mesmo depois de eu já ter feito aqui uma intervenção, quando da elevação de Taveiro a Vila e ter afirmado que também tinha na gaveta há dois anos um pedido de parecer sobre o assunto anterior e que não se dignou sequer agendar.»
«Gostaria de obter de V.ª Ex.ª uma resposta clara, com a finalidade de a poder transmitir à população de Carregais, eles sim, autores do pedido e que se sentem de algum modo prejudicados e revoltados pelo facto de V.ª Ex.ª não respeitar os seus direitos de cidadãos, que querem viver melhor, com mais qualidade, servindo-se dos meios administrativos, sociais, educacionais, culturais, religiosos, etc, que a Freguesia de Ribeira de Frades, sempre lhes disponibilizou, disponibiliza e continuará a disponibilizar, mesmo que a injustiça para a qual V.ª Ex.ª tem contribuído, impeça o final que esta população pretende.»
«Mas, V.ª Ex.ª fique certo, de que irá ter oportunidade de corrigir estes erros, ainda no decorrer deste ano e logo após a tomada de posse da nova Assembleia da Republica, porque novo Projecto de Lei irá com toda a certeza será apresentado, esperando que não demore os 8 meses que agora passaram, para agendar o pedido de Parecer.»
«Dirijo-me agora a V.ª Ex.ª, Sr. Presidente da Câmara Municipal para lhe dizer que lamento a falta de isenção demonstrada pelos seus assessores, chefe de gabinete e outros, que tudo fizeram para demorar dois dias para corrigir uma “imprecisão” (seria com certeza uma virgula ou um til) da deliberação camarária emanada da reunião de câmara realizada no dia 4 de Abril passado, sendo que enviaram a referida deliberação somente no dia 6 de Abril pelas 17 horas, depois da Assembleia ter encerrado as votações.»
«De que é que esta Câmara teve medo?
Que favor prestaram os assessores e chefe de gabinete e a quem?
Qual a razão que levou a que durante 2 dias o chefe de gabinete nunca estava, estava em reunião ou nunca atendeu o telemóvel, o mesmo se tendo passado com V.ª Ex.ª?
Qual a razão pela qual um assessor e o chefe de gabinete de V.ª Ex.ª, arrogantemente e depois de interpelado por mim, na presença de alguns residentes dos Carregais e no hall de entrada da câmara, me dizer que iria enviar a deliberação pelo correio e mais tarde a enviou por fax? Alguém lhe chamou a atenção?»
«É mentira que o Projecto de Lei 359/XI tivesse sido metido “sub-repticiamente” por baixo da mesa na Assembleia da Republica “ (palavras de V.ª Ex.ª) porque o PL 359/XI deu entrada na AR a 30/06/2010, baixou à Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local em 06/07/2010, foi aprovado por unanimidade pela referida comissão em 14/09/2010, enviado para apreciação e votação no Plenário a 15/10/2010, tendo sido pedido os pareceres às juntas envolvidas, câmara municipal e Assembleia Municipal em 26/07/2010, portanto houve 8 meses para que se pronunciassem e não 2 meses como disse.»
«Por aqui me fico, sendo certo que depois deste tipo de tratamento completamente anormal, de que não tenho memória em vinte e seis anos de autarca de freguesia, trabalhando e colaborando sempre, com os três presidentes deste município, este será o último acto público em que estarei presente nesta câmara, enquanto certas e determinadas pessoas a que me referi, cá se mantiverem(…).»
mento para uma plateia sem apetite.
