Já lá vão quatro anos e meio. Numa noite chuvosa, Lazlo Boloni cedeu, por fim, aos apelos dos adeptos do Sporting, que queriam ver no mesmo «onze» Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo.
O efeito da potencial combinação era gozado antecipadamente na bancada: um em cada faixa do campo, cavalgando, fintando, fazendo mossa na defesa contrária, transformada em dique prestes a rebentar, tantas seriam as brechas. Boloni, velha raposa, resistiu. Não queria juntá-los e não explicava porquê. Por fim, num jogo de reduzida dificuldade, fez a experiência. Em Alvalade, frente ao Gil Vicente, Ronaldo e Quaresma fizeram o seu primeiro jogo juntos.
O resultado? Aos 20 minutos, estava 0-2 para os minhotos. Quaresma saiu ao intervalo. No final, o resultado saldou-se por um humilhante 0-3. A cada perda de bola, o Sporting ficava invariavelmente exposto ao contra-ataque adversário. Os extremos não recuavam, os médios estavam sistematicamente em inferioridade. Percebeu-se, enfim, depois de tão penosa lição, que dois extremos com estas características não são necessariamente compatíveis. Ou, pelo menos, que necessitam de uma barragem defensiva capaz de compensar o que eles não defendem.
Ontem, em Alvalade, a cem metros de distância do palco onde pela primeira vez jogaram juntos, Quaresma & Ronaldo deram «show» inesquecível. O segredo? Tiago e Moutinho, os heróis menos cantados do «onze» português.
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