
O Instituto Nacional da Água (INAG) não continuou com as obras de regularização do Vale do Mondego porque não tem havido dinheiro por parte do Estado, a quem cabe o seu financiamento, disse ontem o presidente do INAG, durante a sétima sessão do julgamento que opõe Fernando Reis, lesado em milhares de euros por causa das cheias ocorridas em 2001, e o INAG, a quem pede uma indemnização por não ter realizado a obra que evitaria tais prejuízos. José Manuel Proença, o único a ser ouvido nesta última sessão antes das alegações finais, lembrou que é a tutela quem tem de financiar a obra que, ainda assim, está sob responsabilidade do INAG.
«A obra tem avançado consoante o Governo tem dado dotação orçamental», mas «não fizemos mais porque não há orçamento», disse o presidente do INAG, afirmando que a regularização do Mondego e afluentes, como sejam o Ega ou o Pranto, está sempre prevista no plano de investimentos anual do INAG, mas «na prática não é concedida verba».
O projecto de regularização do Vale do Mondego começou a ser elaborado na década de 70 e, em 1978, começou a ser executado, mas nunca chegou ao fim. A obra parou e as cheias a que o Baixo Mondego é frequentemente sujeito em tempo de forte precipitação provocam o alagamento dos campos do Mondego e a invasão de águas nas populações ribeirinhas. O ponto crítico foi atingido a 3 de Dezembro de 2000, a 7 de Janeiro de 2001 e na noite de 26 para 27 desse mês, com a ocorrência de três fortes cheias, que submergiram todo o Baixo Mondego.
Depois de um ano de seca, como este tem sido, pode ser que no próximo Inverno volte a este post, mostrando como é fácil ser-se Zandiga.
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