

A "enclavar" desde 2005, contra a imbecilidade de governantes e a passividade Lusa
A redução do montante a pagar aos professores por horas extraordinárias, introduzida no início do ano pelo Ministério da Educação, tem provocado situações caricatas, com docentes a receberem quantias irrisórias pelo trabalho extra.
«Não me basta o professor honesto e cumpridor dos seus deveres; a sua norma é burocrática e vejo-o como pouco mais fazendo do que exercer a sua profissão; estou pronto a conceder-lhe todas as qualidades, uma relativa inteligência e aquele saber que lhe assegura superioridade ante a classe; acho-o digno dos louvores oficiais e das atenções das pessoas mais sérias; creio mesmo que tal distinção foi expressamente criada para ele e seus pares. De resto, é sempre possível a comparação com tipos inferiores de humanidade; e ante eles o professor exemplar aparece cheio de mérito. Simplesmente, notaremos que o ser mestre não é de modo algum um emprego e que a sua actividade se não pode aferir pelos métodos correntes; ganhar a vida é no professor um acréscimo e não o alvo; e o que importa, no seu juízo final, não é a ideia que fazem dele os homens do tempo; o que verdadeiramente há-de pesar na balança é a pedra que lançou para os alicerces do futuro.
A sua contribuição terá sido mínima se o não moveu a tomar o caminho de mestre um imenso amor da humanidade e a clara inteligência dos destinos a que o espírito o chama; errou o que se fez professor e desconfia dos homens, se defende deles, evita ir ao seu encontro de coração aberto, paga falta com falta e se mantém na moral da luta; esse jamais tornará melhores os seus alunos; poderão ser excelentes as palavras que profere; mas o moço que o escuta vai rindo por dentro porque só o exemplo o abala. Outros há que fazem da marcha do homem sobre a Terra uma estranha concepção; vêem-no girando perpetuamente nos batidos caminhos; e, julgando o mundo por si, não descobrem em volta mais que uma eterna condenação à maldade, à cegueira e à miséria; bem no fundo da alma nenhuma luz que os alumie e solicite; porque não acreditam em progresso nenhuma vontade de melhorar; são os que troçam daquilo a que chamam «a pedagogia moderna»; são os que se riem de certos loucos que pensam o contrário.
Ora o mestre não se fez para rir; é de facto um mestre aquele de que os outros se riem, aquele de que troçam todos os prudentes e todos os bem estabelecidos; pertence-lhe ser extravagante, defender os ideais absurdos, acreditar num futuro de generosidade e de justiça, despojar-se ele próprio de comodidades e de bens, viver incerta vida, ser junto dos irmãos homens e da irmã Natureza inteligência e piedade; a ninguém terá rancor, saberá compreender todas as cóleras e todos os desprezos, pagará o mal com o bem, num esforço obstinado para que o ódio desapareça do mundo; não verá no aluno um inimigo natural, mas o mais belo dom que lhe poderiam conceder; perante ele e os outros nenhum desejo de domínio; o mestre é o homem que não manda; aconselha e canaliza, apazigua e abranda; não é a palavra que incendeia, é a palavra que faz renascer o canto alegre do pastor depois da tempestade; não o interessa vencer, nem ficar em boa posição; tornar alguém melhor — eis todo o seu programa; para si mesmo, a dádiva contínua, a humildade e o amor do próximo.»
Professor Agostinho da Silva
Fusão dos Ministérios da Agricultura, Mar e Território (inclui o Ambiente).
Em contrapartida, apenas os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e das Finanças continuam como até aqui, sem serem agregados a outros.
Deverá juntar as áreas sociais num só, criando o Ministério da Saúde, do Trabalho e da Segurança Social.
O Ministério da Economia e Turismo com o das Obras Públicas.
Ainda o Ministério da Educação, com o Ensino Superior, a Ciência e a Cultura.
Por fim, o Ministério da Presidência e o dos Assuntos Parlamentares também ficarão sob a alçada de um único ministro.
Quanto ao da Educação, acho que se o pré-escolar (que inclui educadores de infância) pode estar junto com os professores do 1º ciclo, do 2º ciclo, do 3º ciclo e do Secundário, os docentes do ensino Superior também lá cabem. Obviamente que o Ministério da Ciência e o da Cultura se enquadram perfeitamente neste.
Já não interessa quem ganha, mas quem tem que perder!
Só depois de limpar a "porcaria" poderemos voltar a medir as nossas diferenças, sem termos que mentir.
Porque existe a diferença, por mais que ela possa parecer imperceptível ou que alguns a tentem esconder.
Porque ele não merece. E porque nós merecemos melhor.
Porque não se muda para melhor mantendo o que há de pior.
Porque quem mente não respeita, logo, não merece respeito.
Porque sim.
Porque basta!
Governo abre instalação de unidades de saúde familiares a privados e cooperativas de médicos
Primeiro encerram-se os centros de saúde e SAP.
Depois anuncia-se a abertura de Unidades de Saúde Familiar.Depois informa-se que as USFs serão privadas.
No final marca-se um comício e acusa-se o PSD de querer privatizar o SNS.
(in 31 da Armada)
Preços continuam a subir e penalizam ainda mais a evolução dos salários.
A escalada dos preços - confirmada ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) - promete desvalorizar os salários médios de toda a economia, mas os funcionários públicos estarão entre os principais afectados.
Pelo segundo mês consecutivo, os preços voltaram a subir em Abril. De acordo com os números divulgados ontem pelo INE, a inflação acelerou para 4,1%, quando comparada com o mesmo mês do ano passado. Aplicando este aumento de preços à previsão mais recente da Comissão Europeia para a evolução dos salários (-1,3%), verifica-se que este ano os consumidores podem esperar uma perda de poder de compra real na ordem dos 5,4%.
A desvalorização das remunerações será a mais agressiva desde 1984, exactamente o ano que se seguiu à última intervenção do FMI no país, e em que se registou uma perda de poder de compra de 9,2%.Carta da ALICE
Zé, meu compincha que tão bem me entendes e compreendes, Escrevo-te esta carta porque estou revoltada e quero protestar contra as injustiças deste povo em relação a ti e ao teu magnífico governo. Escrevo-te para manifestar a minha solidariedade para contigo, génio incompreendido, como, de resto, o são todas as grandes mentes. Tu, que procuras o bem do teu país, tu que lutas pelo desenvolvimento tecnológico, pela educação, pela saúde, pela economia, pelo trabalho... E, apesar de todos os teus abnegados e heróicos esforços, ninguém te compreende! Cerca de 300.000 pessoas, um pouco por todo o país, tudo a protestar contra o estado das coisas, contra a falta de oportunidades... Eles não entendem o que tu já tens feito pelo bem deles! Tu, que levaste para a frente as Novas Oportunidades para que qualquer analfabeto possa aumentar a sua auto estima dizendo que tem o 9º ano sem ter que ir às aulas; Tu, que criaste programas de estágio para que os licenciados e mestres possam adiar uns meses o desespero do desemprego e, entretanto, serem explorados a baixo custo com imensas regalias... para as empresas; Tu, que proporcionaste aos alunos a possibilidade de transitarem de ano sem qualquer esforço, criando dificuldades aos malvados dos professores que os queiram reter caso não tenham tido aproveitamento; Tu, que deste a volta àquela insustentável segurança social que não dava lucros nenhuns, como era o seu objectivo, garantindo, agora, que todos possam ter reformas menores e menos protecção na doença e no desemprego; Tu, que cortaste os salários aos funcionários públicos, mas que tiveste a decência de salvaguardar os vencimentos dos administradores e dos teus amiguinhos; Tu, que criaste mais dívida para que todos possamos sonhar com uma viagem de TGV, apesar de não termos dinheiro para os bilhetes e enquanto os trabalhadores da CP vêm as suas condições de trabalho a piorar; Tu, que poupas dinheiro e decides não fazer um metro em cidades insignificantes como Coimbra, que não te metes em despesas com transportes públicos, tu que ainda por cima só tens 20 motoristas por tua conta e uns poucos por conta dos teus amiguinhos; Tu, que organizas festas e viagens para mostrar o que de "melhor" por cá se faz, sem olhares a custos... Tu, que és tão bonzinho, que nos compreendes tão bem, que és tão solidário para com os jovens, para com os trabalhadores, para com os pensionistas... Ninguém te compreende... Pedes justificados e pertinentes sacrifícios à população, discursas sobre o quanto nos entendes e lamentas o que passamos, pois não tens quaisquer responsabilidades sobre o estado das coisas! A culpa é da Ângela, do Nicolau e dos outros meninos maus da Europa. Tu não tens culpa! Não tens culpa de te preocupares com as despesas excepto com as que dizem respeito a ti e aos teus amigos! Não tens culpa de quereres luxos na educação, saúde, tecnologia e transportes (de que importa se ainda nem o básico está assegurado?)! Não tens culpa de desconheceres o que é viver com um salário mínimo ou médio tendo comida, escola, gasolina, água, gás, luz, medicamentos, e outras despesas que tais, para pagar. Não tens culpa que os professores se sintam mais reclusos que educadores e fontes de conhecimento por causa dum modelozinho de avaliação inofensivo. Não tens culpa que os pais dos meninos não tenham dinheiro para lhes pagarem os estudos e os sustentarem quando eles não arranjam emprego. Enfim... Às vezes sinto que vivemos num mundo ao contrário... Eu, chamo-me Alice e vivo em Portugal, um país que não me dá oportunidades de crescimento, que desaproveita todo o investimento que eu, os meus pais e o estado fizeram no meu desenvolvimento pessoal e académico. Tu és o Zé e vives no País das Maravilhas, um país em que tudo é como devia ser, graças a ti, mas as pessoas que o habitam são burras e não percebem o bem que lhes fazes. Não me alongarei muito mais nesta carta, pois já deves ter percebido que estou do teu lado e que te compreendo totalmente! Sugiro-te que saias de Portugal... Por muito que te custe abandonar a pátria pela qual tanto te tens sacrificado, julgo que terás um futuro melhor, em que sejas mais bem tratado, fora deste país cujo povo não te entende nem dá valor ao que tens feito. Vai por exemplo para o Pólo Norte ou para a Gronelândia... Dizem que lá há muito espaço para construíres aeroportos, pontes, linhas de alta velocidade e auto-estradas! Um beijinho e desejos de boa viagem, Alice" Artigo escrito por Alice Morgado |