Suspeito que boa parte do desinteresse dos alunos pela escola, má educação, desleixo e violência contra pessoas, equipamentos e instalações resultam de a escola pública ser gratuita. Como a educação não se paga, não lhe dão valor. E por isso sujam, vandalizam e estragam os equipamentos e as instalações. Não estudam porque a escola é gratuita. Como não se paga, não presta.
Não digo que os alunos devam pagar a totalidade do custo da escola. Nem por sombras! Mas deviam pagar uma parte dos custos. E os que, sendo pobres, não pudessem pagar nada, deviam receber em casa, todos os meses, o recibo com o custo total da frequência da escola, item por item.
Os gregos tinham uma escola completamente gratuita. Nem sequer pagavam os manuais escolares. Era tudo de graça para ricos e para pobres. O Estado pagava tudo. Resultado: o país faliu. Está insolvente. E os gregos, mal habituados, não querem aceitar o ajustamento que os credores e a troika exigem. Carregados de maus hábitos, transportam a frustração para as ruas quais meninos birrentos e caprichosos. Estão a um passo da insolvência. São a chacota da Europa e do Mundo. Ninguém os leva a sério e todos se querem ver livres deles.
Os portugueses estão a afastar-se dos maus hábitos dos gregos. Mas há ainda maus hábitos enraizados na população portuguesa. A ideia de que a escola pode ser completamente gratuita é errada e incomportável. Quando os municípios portugueses deixarem de ter dinheiro para assegurar transportes escolares gratuitos e a escolas deixarem de oferecer manuais escolares, interromperem o aquecimento e racionarem o consumo de água e papel, haverá mais gente a dar valor à educação e ao trabalho dos professores. E ficarão a apreciar melhor o valor de um bem, que é caro mais insubstituível: o bem da Educação.
(adaptado de Profblog)
1 comentário:
Até subsídio de Páscoa tinham! Tanta coisa gratuita só é possível em países com uma forte economia (e mesmo assim...). Vamos ter que recorrer a seguros de saúde, PPR. É triste mas é verdade, quando não há dinheiro...
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