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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





04 maio 2012

Em Portugal, há mais suicídios que mortes nas estradas

Terrível condição humana.

Acto de coragem ou covardia?

Um das coisas com que pior sei lidar...

ESTES DADOS são assustadores.

P.S. - ontem vi um programa no National Geographic onde mostravam que na Coreia do Sul, fazem rituais onde as pessoas promovem e assistem a uma simulação do seu próprio funeral, com o insuito de baixar a taxa de suicídios no país.

Tudo tratado com o rigor e a seriedade que caracteriza os orientais, cada pessoa vai para um espaço reservado escrever uma carta de despedida (que há-de ser lida em voz alta pelo próprio, para os restantes participantes - cerca de 20), tira uma foto num cenário com flores, que será impressa e colocada ao lado do caixão onde a pessoa se deita, com um sudário típico, caixão onde a tampa é pregada e apenas aberto 10 minutos depois (para cada pessoa sentir e pensar no que representa estar ali).

Ao que parece as pessoas ao vivenciarem uma simulação tão forte (eu apenas resumi, mas os preparativos são visual e emocionalmente intensos por serem realistas), passam a encarar a vida com mais força, agarram-se mais às pessoas que gostam e valorizam outros aspectos até então desprezados.

Esta prática já foi experimentada por muitas pessoas e até hoje nenhum deles fez qualquer tentativa de suicídio.

Como diria o Fernando Pessa, "e esta hein?"

3 comentários:

Unknown disse...

"Em Portugal, há mais suicídios que mortes nas estradas."

Uma dura realidade.

Abraço e bom fim de semana.

Anónimo disse...

Já o suicídio, para mim, imajina tu, é um tema delicado. Não o vejo como coragem ou cobardia, apenas como um fim.

É sempre difícil entender as coisas em que não nos revemos. Mas tenho para mim que todos nós somos capazes de tudo o que qualquer outro de nós é capaz. Acho que nascemos todos com a mesma possibilidade de matarmos, querer morrer, salvar o mundo, enlouquecer, abortar, ir a Fátima a pé, etc (até ser do sporting!). O que nos distingue é o ponto limite, as circunstâncias que levariam cada um de nós a um mesmo ato. Poucos entenderiam que alguém se suicide por lhe cair um dente, mas se falarmos de eutanásia já muitos param para pensar.

Poucos seriam felizes numa vida de contrariedades, outros é nelas que lhe descobrem o sentido, a força, a vontade, sei lá... Eu, é nestes que me revejo, de tal forma que nem jogo no euromilhões para não arriscar. ...( ah, e depois também há os sul coreanos, que são fáceis de convencer com um filme do funeral!)

E pronto, meu amigo. Hoje estou mais filosófico,(mas não menos exausto a esta hora, um delicioso cansaço de dia bem cumprido). E com esta pérola de sabedoria me despeço, (para ir dormir e acordar amanhã outra vez, entenda-se :)

Um abraço
Manel Saraiva

JPG disse...

Eheheh!

As cirroses são muito mais fixes, pois dão vários momentos de alegria, e são muuuito mais lentas...

Aquele abraço!