A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





02 maio 2012

Um gato é um bicho!

O ser humano é engraçado...

Escolhe alguns animais como socialmente aceites (e ai de quem não goste deles), enquanto ostraciza outros.

Nem todos os que por norma são mais queridos se encontram na grande família dos mamíferos (algumas aves, por exemplo, são muito estimadas)...

Mas voltando aos mamíferos, com os quais o Homem tem maior afinidade... Porque tenho de sentir carinho por um gato e repugnância pelos ratos? Afecto por um coelho e asco por um porco?

Pessoalmente, quando vejo um gato apetece-me fazer o mesmo que à maior parte das pessoas quando vê ratos (expulsá-los do espaço onde estou, ou mesmo bater-lhes).

Quem tem o poder de decidir que uma melga é menos digna de pena do que um, ou que uma cobra é repugnante e merece morrer com uma cana espetada na cabeça e um gato não pode levar um susto (coitadinho do gato não faz mal a ninguém...).

Mas faz! Alguns transportam doenças, espevitam alergias, roubam, viram louça ou podem ficar assanhados e atacar o rosto e olhos de uma criança ou adulto (já a maior parte das cobras não faz mal a ninguém e até mantém o ecossistema em equilíbrio).

As moscas são chatas! Mas terão culpa? Elas nem vivem muito tempo, bastava aguentá-las uns dias e já estava. Muitos mosquitos apenas sobrevivem cerca de 24 horas.

Mas a malta mata-os e pode recorrer a todos os meios (inclusivamente produtos químicos à venda em lojas) - ai se fosse um produto para matar gatos...

Pragas? Meia dúzia de melgas, é uma praga? E os gatos a fazerem barulhos horríveis durante a noite? Bichaninhos lindos...

Nunca gostei de extremismos, principalmente dos que não se fundamentam em reflexões, ou seja, são porque são. Por isso, vamos lá a ser mais abrangentes relativamente à bicharada e a defender todos (ou então permitir que algumas pessoas possam não gostar de alguns).

Embora tenha um propósito diferente, o tratamento dos animais para consumo humano também é digno de reflexão, pois quase todos comemos carne (de animais que não morrem de velhice) e mesmo os peixes que nos chegam à mesa, morrem afogados, ainda por cima em grupos imensos, apertados numa rede, numa agonia aflitiva.

Claro que podia ser mais radical e perguntar quem nos dá o direito de escolher que algumas ervas são "daninhas" e outras consideradas plantas de alto valor decorativo.

Sim, porque as plantas também são seres vivos e cortar uma alface ou arrancar uma urtiga pode ser considerado um acto de cobardia, pois estas nem podem fugir...


2 comentários:

Ana disse...

concordo com o teu ponto de vista, já tive ratos e pássaros mas nunca mais, é muito triste os animais crescerem e viverem em gaiolas. Quanto às cobras padeço do complexo judaico-cristão, ou seja, tenho horror. Não mato animais nenhuns, nem uso essas coisas eletricas porque interferem com os animais que tenho cá em casa, aliás, esses não são animais, para mim são da familia, como se fossem pessoas (ou seja, se alguém lhes fizer mal tem que se ver comigo).Comer, também é raro comer animais, não por ideologia mas porque não gosto.para ser sincera, a minha vizinha tem um gato que, de cada vez que o vejo, só me apetece bater-lhe (não fui com o focinho do animal) mas não o faço porque não acho correcto.
beijos
beijinhos

Anónimo disse...

Vai dar banho ao CÃO