A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





11 setembro 2012

Para abrir o apetite

 Brevemente "desancarei" no governo, mas hoje fica esta opinião que veio no Expresso...

«Um membro do Banco Central da Islândia apareceu em Portugal para instruir os nativos. Gylfi Zoega, o génio do gelo, diz que Portugal devia investigar quem está na origem do elevado endividamento do país. É preciso descobrir, diz ele, a razão de fundo que levou os governos e os bancos a pedir tanto dinheiro emprestado . Confesso que tenho dificuldade em compreender esta sugestão de julgamento (em tribunal?) de líderes democráticos que governaram às claras depois de terem sido eleitos às claras. Democracia não é sinónimo de verdade, e maioria não é sinónimo de ter razão. Por outras palavras, um líder eleito não é dono da verdade, logo, pode cometer erros. À posteriori, não faz sentido julgar criminalmente estes erros, porque os ditos resultaram de escolhas livres e aprovadas pelo eleitorado. Não há aqui teorias da conspiração, há apenas consequências políticas de escolhas políticas.»

«Se a minha memória não me falha, Sócrates duplicou a dívida soberana de Portugal durante os seus seis anos de governação. Porquê? O PS venceu duas eleições prometendo coisas que dependiam do crédito obtido nos tais mercados internacionais. Exemplos? Em 2009, Sócrates aumentou a função pública e prometeu mais obras públicas. Nesse mesmo ano, Manuela Ferreira Leite e muitos outros avisaram vezes sem conta contra os perigos do endividamento. Os portugueses não quiseram saber, e foram atrás do "direito ao TGV" e outras demências. Que outro tipo de demência? Por exemplo, uma região sentia-se inferior caso não tivesse uns quilómetros de auto-estrada a passarem pelo seu território. As PPP e as ex-Scuts do dr. Paulo Campos nasceram destas ânsias populares. Quem foi o responsável pelo endividamento do Estado? Para responderem a esta pergunta islandesa, os portugueses não precisam de um tribunal, só precisam de um espelho.»

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