A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





05 maio 2006

Ainda bem que só se lembrou dos professores...

Imaginem que em vez destes, se lembrava dos anestesistas, dos padeiros ou cozinheiros...

Ia ser bonito ficar anestesiado 2 dias, comer o pão duro e a comida estragada...

No meu caso particular, terei que antever com 2/3 dias uma virose do meu filhote e aplicar uns correctivos por antecipação às minhas tropas, na eventualidade de faltar num dia em que fossem necessárias.

ESPECTÁCULO!!!

Sinceramente depois desta, aqui fica o meu contributo...
Da esquerda para a direita: Um professor, o Sec. Estado Valter L., a Min. Educ. Maria e o 1º Min. Engº José S.

2 comentários:

Amigo da Sopa disse...

Tenho muita pena dos senhores professores... coitaditos deles; a grande parte deles nunca soube o que era trabalhar. Sempre foram juízes em causa própria, sempre puseram e dispuseram, a seu bel prazer, das suas carreiras, colocações, escolas e colegas,(entenda-se "maçaricos" recém formados), a quem entregavam as piores turmas, os piores horários escolhendo para si o melhor que cada escola tinha para oferecer. Agora, e ainda bem que assim é, as regras mudaram e reconheço que será difícil para um professor (?) que está há mais de 20 anos atrás de uma secretária, a fazer(?) serviços administrativos e a receber ordenados chorudos, voltar para o estrado "aturar" os filhos dos outros. Pois é. Náo é fácil! Mas ainda estão a tempo. Concorram para as escolas privadas ou para qualquer empresa privada!

É o concorres!!!

JPG disse...

E se eu também generalizasse?

Então os pais querem demitir-se da sua função de progenitores e educadores, colocando as suas carreiras como prioridade e exigindo que os seus filhos passem mais tempo na escola?

A crescente "má criação" a que os professores estão sujeitos não terá por base a falta de rigor e exemplo, na forma como a família se comporta?

Quando vamos ao café conferimos o troco, tornamo-nos "experts" em qualquer assunto (DVDs, MP3, economia...) mas porque não o fazemos (conteúdos, objectivos, planificações...)em relação a algo tão importante como a educação e ensino dos nossos filhos?

...

Bom, parece-me que este desabafo do amigo "sopeiro" revela um exagerado azedume por quem nos ensinou a ler, e provavelmente passou mais horas connosco (acordados) na nossa infância.

Quanto ao comparativo, cá vai:

- Os professores não têm carro da empresa, nem telemóvel!

- Não podem ter qualquer outra actividade lícita, sem solicitarem autorização e serem devidamente taxados em sede de IRS!

- Abusos nos atestados, nas baldas, na falta de rigor e profissionalismo? Sim, há! De resto e infelizmente, como em todas as profissões.

- Apesar de alguns benefícios próprios da desgastante profissão docente (ou não ouviríamos tantos pais a pedirem para chegar a 2ª, assim os putos já vão para a escola e deixam-me descansar), há poucos licenciados que ao fim de uma dúzia e mais anos de serviço, em vários distritos continuem até Agosto sem saberem onde vão trabalhar no mês seguinte (porque os Profs. também têm vida própria e podem ter necessidade de inscrever os seus filhos em escolas ou infantários), indo provavelmente para mais de 100Kms de casa.

Quanto à planificação, esta ocorre em Setembro e chama-se anual, no início de cada período e serve para ajustes da anterior (estas são feitas em grupo, pelos docentes dos mesmos grupos disciplinares), antes de cada capítulo e aula a aula.

Ora, estando as planificações de grupo num dossier da sala de professores, havendo livros de ponto onde se registam os sumários, é fácil enquadrar a matéria da aula do professor ausente.

Assim apenas falta ir a um dos muitos livros da biblioteca, a manuais de apoio, a "sites" vários ou ao próprio dossier que contenha as fichas de trabalho dadas no ano lectivo anterior.

Mas, continuamos a falar de "entretainers" que ocupam e vigiam os meninos, pois transmitir conhecimentos é mais do que isso e deve ser feito por professores do mesmo grupo disciplinar.

Deixar uma aula preparada com mais do que isto? Acetatos, esquemas no quadro, exemplos práticos? Para o professor substituto de matemática ir leccionar uma aula de Inglês?

Sejamos sérios, quando falo com professores em variadíssimas escolas, as opiniões convergem: "não me importo de ir substituir, calham-me disciplinas que não domino... Ponho-os a fazer jogos de palavras no quadro." "Os alunos teriam mais proveito com um «furo», gastavam energias, estudavam, descansavam, iam à biblioteca ou internet, enfim usufruiriam do espaço escola, para que na aula seguinte estivessem com mais força."

Bom, com isto termino o desabafo.

FORÇA!