A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





21 junho 2019

Pois...

TENHO QUE VIVER JÁ, SENÃO ESQUEÇO-ME...

(Mia Couto, contos abensonhados)

12 junho 2019

Pós-doutoramento concluído!!!

Depois de 12 anos para completar o ensino básico e secundário...

Licenciatura de 5 anos - Geologia - Fac. Ciências e Tec. - Univ. Coimbra

Mestrado de 3 anos - Geociências - Fac. Ciências e Tec. - Univ. Coimbra

Doutoramento de 5 anos - Psicologia da Educação - Fac. Psic. e C. Educ. - Univ. Coimbra

Pós-doutoramento de 3 anos Educação Social - Fac. Psic. e C. Educ. - Univ. Coimbra

Ou seja, já são 28 anos a "virar frangos" (16 no ensino superior).

Como só tenho mais um dedo na mão, tenho que escolher bem o "anel" seguinte...

10 junho 2019

Do Grande Agostinho da Silva...

«O importante, disse-o um dia a alguém que me pedia conselho, é ser-se o que se é e tornar-se contagioso. 

A primeira responsabilidade que nos assiste é saber o que se é: continuo convencido que todos nós nascemos com uma partitura na cabeça. 

Depois, tantas vezes, ou porque nos faltou mestre de música, ou porque não encontramos piano à mão, vamos-nos entretendo a tocar coisas que não são da nossa partitura. 

Há então que fazer o esforço, individual ou colectivo, de achar o mestre e o piano que a partitura exige. 

Conseguido isso, devemos tornar-nos contagiosos.»


06 junho 2019

Das infâncias...

Houve um tempo em que o tempo nos parecia nunca poder acabar, como se a vida fosse um mar imenso e nós os seus habitantes anfíbios e imorredouros.

Aí, nesse tempo chamado tempo, nesse tempo chamado espaço, chamado casa, chamado vida, fomos polícias e ladrões, fomos pais e mães, médicos, malabaristas de bicicleta, jogadores de bola, saltadores de prédios, ladrões de fruta, convivas de aniversário, dançarinos de garagem, peregrinos em romarias, salteadores de grutas, inspirados atores…

…e fomos confidentes, de alegrias e tristezas, protagonistas de fábulas apenas aparentemente desesperadas, irmãos amigos inseparáveis, pela vida toda enquanto durasse a memória de um grito, de um sorriso, de um choro ou de um espasmo de puro contentamento…

…e fomos uns nos outros, vidas com vidas, da manhã à noite, a todas as horas, pois era só isso que queríamos ser. é só isso que ainda queremos ser e, se calhar, é ainda só isso que somos.

Mas o tempo passa e não passa por nós, leva-nos com ele, em caprichosas mudanças, que não esperamos nem queremos, até já serem tantas, as mudanças, que já não podemos viver sem elas.

Depois, um dia há, em que uma espécie de lamento surdo nos atira lá para trás, para o que nunca esquecemos, mas nos habituamos a não carregar connosco para que a saudade não seja tanta, para que não seja tão penoso perceber que o mundo já não cabe na nossa mão, agora que tanto precisávamos dele, para que não sejamos confrontados com a incontornabilidade de que, afinal, a necessidade é que nos fragmenta a alma e a decompõe em pedaços.

Um dia há em que o sussurro nos arremessa contra a viagem do tempo. 

E como gostamos desse aconchego, dessa proteção, desse amor, regressamos lá, uma e outra vez, revemos o filme da nossa infância e voltamos a ser mergulhados numa espécie de redenção. 

Uma redenção regeneradora, que se torna essencial e nos leva a tomar essa viagem como um exercício para o Equilíbrio das nossas vidas.