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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





14 setembro 2009

Crónica de uma aposentação anunciada

Hoje foi o 1º dia de escola para o "Sr. Neco".
Apreciei os recursos humanos e materiais!
As exigências de alguns pais são bem maiores no ensino público do que no privado!
(Talvez por nunca lhe poderem responder: "Se não gosta, leve o menino para outra escola!")
Nós os Tugas somos assim!
Se vamos a um centro de saúde e esperamos uma hora, "É indecente! O que eu desconto e depois farto-me de esperar!"
Mas se vamos a um consultório particular, onde ficamos sem coiro e cabelo, até gostamos, pois é sinal que o médico é mesmo bom!
Enfim, reclamamos quando não pagamos directamente e aplaudimos quando nos "queimam".
Mas ainda sobre o 1º dia...
Longe vão os tempos em que os professores escasseavam e as aulas começavam sem os meninos terem professores a todas as disciplinas.
Agora, a abundância de docentes é tal, que grande indignação (justificada, diga-se de passagem), por ainda faltar uma professora.
Amanhã e nos próximos dias os meninos do 2º ano não terão sala própria e serão distribuídos por outras salas.
Responsáveis????????
A docente apresentou documentação para aposentação há 7 meses.
O agrupamento de escolas após consultar a DREC não podia requisitar um docente, enquanto não viesse aprovada a aposentação.
A docente em causa entrega um atestado médico.
O Ministério da Educação (esse onde as estatísticas mostram maravilhas), não arranja uma solução e os meninos do 2º ano (mas também os dos restantes anos), vão ter um ensino com menor qualidade (apesar do louvável esforço dos docentes).
SETE meses não serão suficientes para apreciar uma aposentação?
Conhecendo a realidade das escolas não seria importante o ME (através da DREC), ter uma solução atempada para esta situação?
Infelizmente, para alguns pais, a imagem que passa é que os professores têm a culpa de tudo.
Se calhar até será verdade, pois se numa das manifestações tivéssemos partido algumas montras ou incendiado uns contentores, a actual Ministra já tinha ido de férias.

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