A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





28 janeiro 2011

O "enclavado" na imprensa

Diário asBeiras, 25 de Janeiro

5 comentários:

Anónimo disse...

Após e leitura atenta deste artigo, não posso deixar de me recordar de alunos, de recursos/capacidades limitados ou não, que têm sido "corridos" da Escola Pública (Inês de Castro, por exemplo) e que acabaram nesses tais Colégios "de elite". NÃO, as Escolas Públicas (D. Maria, etc.) não escolhem alunos. Quanto aos orçamentos, quando acabarem com milhares de horários 0 (ZERO), professores a subir na carreira e a descer o número de horas leccionadas (os dos tais colégios de elite idependentemente dos anos de serviço, não vêm o seu horário "diminuido"), e outras regalias nas Escolas Públicas talvez haja dinheiro para o papel higiénico, a internet e outras coisitas mais...
Conclusão:
Quem escolhe alunos? Quem "reorienta" alunos?
Não se pode/deve generalizar, se escolas há que ostentam luxo, outras limitem-se a cumprir o seu papel de Educar sem ter o lucro como prioridade máxima.
Para terminar deixo uma questão: E se o estado (SS) fecha a torneira a algumas entidades igualmente privadas? Mantêm-se alguns tachos?

JPG disse...

Os horários-zero terminam se os "colégios privados geridos com os dinheiros públicos" se limitarem a áreas geográficas onde a oferta pública não exista.

A manter-se a situação trata-se claramente de concorrência desleal, pois quem recebe milhares de euros a mais por cada turma/ano, pode oferecer actividades que aliciam os alunos e enc. educ., deixando as escolas públicas com poucas turmas, consequentemente com poucos horários para os docentes que um dia foram necessários a um sistema de ensino que os efectivou nas suas fileiras.

Se a proximidade à residência e a certeza da colocação não são privilégios suficientes, os professores dos colégios que "ficam com os alunos que a esola pública não quer", podem sempre concorrer às mordomias da escola pública. A não ser que o combustível esteja caro e as horas passadas na estrada sejam tempo gasto e um risco diário...

Não me parece que o(a) "anónimo(a) tenha filhos em idade escolar, pois se assim fosse, gostaria de ver uma professora ou educadora de infância com 64 anos a leccionar 25 horas semanais. Sim, porque o desgaste é muito, principalmente para quem trabalha a sério e não anda a brincar aos projectos...

Generalizar? O artigo diz verdades, não afirma que em todos os colégios se passam todas as situações descrtitas.

Ter o lucro como prioridade máxima? Era o que mais faltava... Se a escola pública não pode jamais gerar lucros, como se admite às cooperativas de ensino que visem lucrar com a educação?
Algo está mal e só quem está "bem encostado" a um destes estabelecimentos o defende tão acerrimamente.

Eu compreendo, começaram a mexer no queijo de alguns...

A Seg. Social não sustenta tachos no ensino (pelo menos que tenha conhecimento), mas se conhecer algum, pode sempre denunciar, afinal, não só é um direito, como se torna uma obrigação moral fazê-lo.

Anónimo disse...

"Não me parece que o(a) "anónimo(a) tenha filhos em idade escolar, pois se assim fosse, gostaria de ver uma professora ou educadora de infância com 64 anos a leccionar 25 horas semanais"

Sim, sim, teorias... Mesmo os novos muitas vezes deixam a desejar. Por exemplo electrotécnicos a leccionar matemática, informática, etc, isso é qualidade?


"Escolas públicas com poucas turmas"

Que culpa temos que a tutela nos anos 90 tenha oferecido contratos de associação as escolas praticamente em cima de escola públicas? Concordo? Não, não entendo como podem escolas cujos alunos pertencem as classes média, média alta a alta usufruir de contratos de associação, mas daí a meter toda a gente no mesmo saco.



"Se a proximidade à residência e a certeza da colocação não são privilégios suficientes, os professores dos colégios que "ficam com os alunos que a escola pública não quer", podem sempre concorrer às mordomias da escola pública. A não ser que o combustível esteja caro e as horas passadas na estrada sejam tempo gasto e um risco diário..."

Sim, fala o manco do aleijado, São Martinho fica a paletes de Kms do Enclave. Só para que conste, também já fiz alguns milhares de Kms.



"Ter o lucro como prioridade máxima? Era o que mais faltava... Se a escola pública não pode jamais gerar lucros, como se admite às cooperativas de ensino que visem lucrar com a educação?"

Não é segredo para ninguém que alguns grupos ligados à educação e com contratos de associação, aparentemente, conseguem elevados proveitos (a julgar pelas pelas aparências).


"Algo está mal e só quem está "bem encostado" a um destes estabelecimentos o defende tão acerrimamente."

Acerrimamente? Bem encostado? Pedro, cada um defende os seus princípios, ideais e no limite o seu posto de trabalho conforme pode. Quando vires os vencimentos dos professores/auxiliares estatais acima de 500€ descontados de uma determinada percentagem aí vale a pena discutir pontos de vista.

Havia muito mais para dizer, MAS, não tenho tempo... nem paciência.

JPG disse...

Lamento a tua falta de paciência, pois julgo que há uma base de entendimento e não fosse o tão humano "puxar a brasa à sua sardinha" (que no fundo todos temos), concordaríamos quase a 100%

Já eu, tenho paciência até para comunicar com quem me conhece e se recusa identificar...

A propósito, não fico contente com cortes nas condições económicas de quem trabalha e é recompensado monetariamente com valores aceitáveis (em nenhuma profissão).

Já alguns valores (por exemplo de administradores) que mostram desrespeito por 90% dos Tugas...

Fica bem!

JPG disse...

A escrita tem vantagens sobre a oralidade, mas uma conversa frente-a-frente pode esclarecer muitos mal entendidos.

Com uma diferença de vinte minutos recebi dois comentários em que um saía em minha defesa (o que agradeço), explicando a confusão da SS.

O outro calculo que seja do "anónimo" que perdeu a paciência, a justificar a sua posição com argumentos perfeitamente compreensíveis e com os quais concordo (agradeço igualmente o comentário).

No fundo, nesta situação em concreto, como em todas, cada um tem direito à sua opinião e por vezes tomamos posição pelo lado que nos é mais favorável no momento.

Julgo que em comum temos o bom senso e a noção que estes cortes (tal como os da escola pública) afectarão principalmente alunos, professores e encarregados de educação, quer sejam do ensino público ou do privado.

Cumprimentos aos dois(duas).