Ainda as novas oportunidades

«Melhor» aluno entrou na universidade sem acabar o liceu

Tomás Bacelos, de 23 anos, foi considerado o «melhor» aluno do país a entrar este ano na faculdade. Mas o caso torna-se particular pelo facto deste jovem não ter terminado o 12.º ano da forma habitual, mas sim através das Novas Oportunidades.

A história começa como a de muitos jovens. Tomás começou a ter dificuldades em terminar o ensino secundário. Por muito que tentasse não conseguia fazer a disciplina de matemática e os vários chumbos fizeram com que desistisse da escola sem acabar o liceu.

No ano passado, conseguiu arranjar uma solução. Inscreveu-se num Centro de Novas Oportunidades em Esposende e conseguiu a equivalência ao 12.º ano.

Os 20 valores que colocam Tomás no topo da lista das melhores notas de entrada na faculdade não têm em conta as notas do secundário, que Tomás não terminou. Foram a nota que teve no exame nacional de inglês (o aluno viveu em Inglaterra vários anos), a prova específica para entrar no curso de Tradução.

De acordo com a lei, os alunos que concluíram o secundário através de vias que não prevêem a atribuição de notas (o que acontece nos cursos do programa Novas Oportunidades) e que querem aceder à Universidade concorrem apenas com as classificações que obtêm nos exames nacionais exigidos como provas de ingresso no curso que querem. A nota que obtiverem nas provas de ingresso vale como nota de conclusão do secundário.

Quantas pessoas conhecem que graças às novas oportunidades conseguiram melhores empregos ou mesmo subir na carreira? Muito poucos, certamente.

Os CNO praticamente limitam-se a produzir diplomas que servem para dar uma ilusão de qualquer coisa a muitas dezenas de milhar de pessoas que, no essencial, permanecem com o mesmo potencial de empregabilidade.

Se faz bem ao ego?

Não duvido, mas ficar com o 9º ou o 12º ano em 3 meses (pouco mais) e por 30 contos ter um portátil, são aliciantes.

Sessão de júri? Sim, eu participei em algumas e assisti "ao rigor"...

Se forem realistas, reconhecem que mais do que novas oportunidades, são grandes oportunidades, pois para aprender a internet já existia, bem como bibliotecas e para ser certificado em termos de escolaridade, as escolas e os exames nacionais lá estiveram e estarão todos os anos.

Se as Novas Oportunidades dão equivalência ao 12º anos (ou ao 9º) não é lógico que os alunos façam os exames nacionais respectivos? Sempre se ficava a saber se mereciam a equivalência. Não há que temer esta forma de avaliação (ou só os professores é que saõ avaliados e os alunos não???). É o próprio governo que garante a qualidade dos diplomas. Se quiserem podemos marcar os exames para um Domingo.

Sugiro que se "peguem" em 100 candidatos certificados e se ponham essas pessoas a realizarem os exames nacionais. Gostaria de saber a percentagem de sucesso...