A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





29 agosto 2011

As origens das ideologias valem o que valem...

Rastas, Rastafari, marijuana, escravos negros, Jamaica, Bob Marley, música Reggae, Etiópia...

Cada vez se vê mais rapaziada adepta de andar com o cabelo como se tivesse lá um ninho de melro. A maior parte acompanha esse visual com umas calças 3 números acima, algumas tatuagens, meia-dúzia de piercings e por vezes cães rafeiros muito bem cuidados e algumas garrafas de vinho tinto (bagaço em alternativa).

Imagino que a maioria não cumpra os princípios do rastafarianismo, talvez até nem os conheça.

O rastafarianismo, também conhecido como movimento rastafári é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I - imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus).
Os rastafáris adoptam 9 princípios e um deles passa pela comida: "Coma apenas I-tal", um termo Rasta que significa puro, natural ou limpo. Uma série de leis de dieta e de higiene foram formuladas para acompanhar a doutrina religiosa Rastafari. Um verdadeiro Rasta não poderia ingerir álcool, tabaco, mas usaria a Cannabis de forma ritual.

São basicamente vegetarianos, dando uso escasso a alguns alimentos de origem animal, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis e outros.

A comida I-tal seria o que Jah ordenou que fosse: "Melhor é a comida de ervas, onde há amor (...) Comidas de latas são pouco puras, pois contém químicos (...)"

As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. A bebida alcoólica, o leite ou café são vistos como pouco saudáveis.

Outro costume comum proibido era o de cortar ou pentear os cabelos. Essa tradição religiosa Rasta também é fundamentada em directrizes sagradas. O "Dread", de forma abreviada, é ligado espiritualmente com alguma parte do corpo.

Ou seja, alguns são espirituais na parte de não pentear ou cortar o cabelo, mas os princípios da higiene, comida, bebida, ficam para mais tarde...

Sobre o verdadeiro Ras Tafari:

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié, "Poder da Trindade"; Ejersa Goro, 23 de Julho de 1892 – Adis Abeba, 27 de Agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 e 1974.

Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até o Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.

É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente um milhão de seguidores actualmente.
O movimento rastafári espalhou-se pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae, mais notavelmente pelo cantor e compositor jamaicano Bob Marley.

O encorajamento aos negros de terem orgulho de si mesmos e da sua herança africana inspiraram os Rastas a abraçar todas as coisas africanas.

Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros.

Esta aproximação africana com a natureza é confirmada pelo desdenhar a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objectivo, renegando a subjectividade a um papel sem qualquer importância.

Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é através de uma visão de fora, enquanto eles olham a vida de dentro, olhando para fora.

Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação com as cores verde, amarelo, e vermelho, representantivas da bandeira da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possivelmente vivem.

Estas cores são frequentemente vistas em roupas e decorações e o vermelho representaria o sangue dos mártires, o verde a vegetação da África enquanto o dourado a riqueza e a prosperidade do continente africano.

4 comentários:

Ana disse...

Por cá, como sabes, já tenho dois irmãos com rastas mas parece-me que se ficam apenas pelo cabelo e felizmente não tem esse aspecto da foto. Gosto de ver o Ricardo com rastas, fica-lhe bem.
beijinhos

JPG disse...

O Ricardito tem pinta para rastas:)

O que acho castiço é que a origem tem a ver com o orgulho negro, ou seja, em teoria, apenas os "afros" seguiriam estes princípios.

Mas como ao que parece todos descendemos de África...

Viva a multi-etina e a multi-culturalidade!

Beijinho

Elisabete disse...

Gostei da explicação. Fiquei a saber mais umas coisinhas sobre o nosso mundo.

Anónimo disse...

Jah blees