A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





12 setembro 2011

Governo - balanço

Ninguém em perfeito juízo pode concordar com cortes no subsídio de desemprego, no subsídio de Natal, aumento do IVA, aumento dos passes sociais, diminuição nas comparticipações nos cuidados de saúde, etc, etc, etc...

Ninguém com dois dedos de testa pode discordar que estes cortes vêm na sequência de outros já efectuados nos últimos anos e aprovados pelo CDS, PS e PSD no memorando que a TROIKA obrigou a assinar, se queríamos ter dinheiro para pagar salários, pensões e aos nossos credores.

Ninguém com lucidez pode responsabilizar este governo que apenas tem 3 meses de acção, por o país estar à beira da bancarrota e se descobrirem novos buracos financeiros a cada momento, pois a credibilização perante os mercados, para pagarmos juros mais baixos, não se consegue de um dia para o outro.

Ninguém com capacidade de análise pode gostar de ver o nosso país com tantos pobres e desempregados, com o consumo a um nível baixíssimo (pessoalmente, sempre achei que consumíamos em exagero, tantas lojas, tantos sacos nas mãos, tantas horas nos centros comerciais) e sem investimento público a funcionar como motor para a economia.

Mas alguns dos cortes terão efeito a médio/longo prazo (as fusões e extinções de institutos e fundações, por exemplo, ou a privatização de empresas que dão prejuízos crónicos) e temos que acreditar que daqui a dois anos (antes acho que é utopia e os governantes apenas falam disso para a malta não desesperar) a hemorragia estará completamente estancada e os primeiros sinais estarão à vista. Espero eu e esperamos todos...

Com tudo isto, aguardemos que os académicos que estão com as pastas da economia e finanças, consigam aplicar os modelos teóricos que tanto sucesso fizeram nas suas carreiras universitárias.

Até lá, vamos gemendo e ganindo, mas sempre atentos para que os nossos sacrifícios não estejam a servir para outros trocarem a frota dos seus ministérios ou colocarem dinheiro em "off-shores".

Se as nomeações desnecessárias com ordenados chorudos e os gastos exagerados forem um abuso, fora com eles!!!

Até lá, fé e confiança, pois os gregos não devem passar o Natal no Euro e se não formos arrepiando caminho, em breve estaremos a seguir-lhes as pegadas e a lamentar não termos tido mais austeridade em tempo útil.

3 comentários:

Anónimo disse...

O arrepiar caminho para si é somente subir os impostos e serem sempre os mesmos a pagar a crise? Onde está o corte nas despesas do Estado? Onde estâo as propostas para o incremento da nossa economia?
Já tem o númeroo de nomeações deste Governo em dia? Já ultrapassa as 1000 e ainda a procissão não chegou à portagem...
Abra os olhos enquanto é tempo e vá ouvindo os ilustres dos 2 partidos da coligação de direita a condenarem esta actuação do seu Governo. Onde estão as medidas do do Alvaro, porque as da Assunção já as conhecemos...fora com as gravatas e subam as saias, está bem?

JPG disse...

Os impostos começaram a subir há vários meses e os cortes nos vencimentos também já são do tempo do "quase engº", mas realmente apenas mais do mesmo, não!!!

Só que o apenas parece que não se está a aplicar, pois cancelar nova auto-estrada Lisboa-Porto, TGV e aeroporto são medidas que cortam na despesa, certo?

Reavaliar as parcerias público/privadas e cancelar algumas também reduz a despesa.

Obviamente que reduzir o número de assessores e despesas de representação também foram medidas de louvar, já outras reduções demoram o seu tempo (extinguir empresas municipais, fundir outras, extinguir fundações ou deixar de as apoiar, fechar institutos, etc, só terão resultados visíveis daqui a algum tempo pois até lá é necessário pagar idemnizações, subsídios de desemprego...

Quanto às nomeações, infelizmente há muitos cargos de confiança política onde é fácil colocar areia na engrenagem e são necessárias pessoas "da mesma cor", mas nomear em exagero é péssimo.

Aliás, nesse aspecto o PS foi rei e senhor, pois estes agora têm um site onde vão colocando os nomes, os cargos e os vencimentos de quem nomeiam, já o "quase eng" só alguma comunicação social ia descobrindo tantos boys que por lá se passeavam.

Anónimo disse...

«O PS é um pouco um partido intermitente, quando está no poder ou próximo de o ser usa muito a rosa, quando está na oposição e distante do poder usa o punho», afirmou o secretário-geral PCP, Jerónimo de Sousa