A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





22 outubro 2013

A malta admira-se...

… de ver crianças e jovens que parecem ter perdido comportamentos e adultos de referência, mesmo no âmbito familiar, que os ajudem a encontrar um caminho de seriedade e serenidade na sua vida escolar e pessoal.

Muito faz a miudagem, procurando orientar-se onde os adultos se desorientaram e não voltaram a encontrar o rumo.

Se em tempo de menos dificuldades a coisa ainda se consegue disfarçar, quando o colapso social fica diante dos olhos, tudo fica muito mais complicado.

A paternidade parece ter deixado para trás o seu princípio ou vínculo natural-substancial e está cada vez mais a ser entendida como uma “opção” ou um “estilo de vida”, entre outras “possibilidades” ou “investimentos” à escolha no “mercado dos afectos”.

Deste modo, na família operando como “espaço de gestão negocial de afectos”, o exercício da paternidade deriva para uma “técnica de relacionamentos”, obedecendo à burocracia dos “direitos”, e assim, o filho-educando passa a ser percepcionado como um “objecto” e entendido como um “caso”, e a relação parental tende a constituir-se como um vínculo “procedimental” ou “contratual”. 

1 comentário:

Buxexinhas disse...

Concordo plenamente. Digo muitas vezes que antes de orientar os miúdos eu tenho de orientar os pais. Somos seres humanos crescidos cada vez mais inseguros e inconstantes. Ser pai/mãe exige uma personalidade forte, não é intocável mas forte. Os pais querendo colmatar falhas estruturais e afectivas fazem a abordagem do 'Comprar' e o 'Facilitar'. Os miúdos ficam desregrados e desorientados. É assim o Mundo de Hoje... Beijoca