Mário Soares começa por dizer de Eusébio, "que era um homem agradável com pouca cultura, mas evidentemente que não se estava à espera que ele fosse um pensador, o que se queria é que ele fosse um grande futebolista e ele foi". Depois de alguns elogios à sua modéstia e simplicidade, como compete a este tipo de pensamento, Mário Soares lembra que lhe falava quando se encontravam: "Fui algumas vezes almoçar naqueles restaurantes onde ele comia" [reparem bem na terminologia usada].
Depois acaba a dizer uma coisa pouco conveniente (isto é da idade): "Não sabia nada que ele estava doente, sabia que bebia muito whisky, todos os dias, de manhã à tarde, mas julguei que isso não lhe fizesse assim mal".
Traduzindo, para Mário Soares, Eusébio era um bruto ignorante que sabia jogar bem à bola. Era um simples e modesto como compete aos inferiores de classe, e até comia (não almoçava, nem jantava, dadas as maneiras típicas daquela classe) nuns lugares onde ele Mário Soares almoçava e jantava. Agora não passava de um bêbado. E Mário Soares achava que gente daquela estirpe tinha um resistência fisica de um touro e como tal, whisky de manhã à noite todos os dias não haveria de lhe fazer assim mal.
1 comentário:
Soares está agora ofuscado pelo Eusébio, que ao falecer prejudica o funeral-Mandela que Soares tem vindo a preparar.
Foi o pior que poderia acontecer a Soares. Por isso, Soares diminui o seu 'adversário', espetando-he umas facadas...
Não foi gaffe, nem foi por acaso.
Foi premeditado para deavalorizar.
Soares também queria ser enterrado no Panteão, mas a morte de Eusébio é uma machadada nesse desígnio que irá em breve para lá.
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