A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





20 outubro 2014

Acabadinha de receber

A mensagem do Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra

Caros e caras estudantes,

O Magnum Concilium Veteranorum, Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra, vem por este meio saudar-vos no início deste ano lectivo, desejando-vos um bom aproveitamento e uma excelente vivência académica. Vimos também esclarecer e desmistificar algumas ideias relativamente às tradições coimbrãs, nomeadamente sobre a PRAXE, que tanto tem sido debatida ultimamente, esperando poder contar com a vossa colaboração para que a Praxe e as tradições não sejam desvirtuadas, como têm por vezes sido.

Antes de mais, importa esclarecer que a Praxe e as tradições académicas servem para criar e fortalecer laços de amizade e camaradagem numa comunidade estudantil que se quer consciente dos seus direitos, deveres e responsabilidades. É a passagem de testemunho das vivências e problemas sentidos ao longo da experiência académica dos estudantes mais velhos para os mais novos, e é um dos instrumentos fundamentais, mas não o único, para a inserção activa na vida académica.

A Praxe da Universidade de Coimbra engloba muito mais do que gozar caloiros, regendo-se por um vasto conjunto de regras e princípios que devem ser respeitados por todos aqueles que nela se inserem, desde o estudante de hierarquia praxística mais baixa até ao de mais elevada. A Praxe não pode ser usada para actos de humilhação ou coacção, pelo que se deve ter sempre em conta que cada pessoa tem limites e concepções próprias. Os atropelos às liberdades e direitos individuais são crime e não Praxe, devendo nesse caso ser denunciados. Acima de tudo, o que se quer é uma harmonia entre a liberdade e responsabilidade. Só porque um individuo está com uma Capa e Batina vestida, isso não pode ser justificação para actos ilícitos. Quando isto não é respeitado, os princípios e regras da Praxe também o não são.

Com vista a alcançar os seus objectivos (entre os quais a integração dos novos colegas e a valorização do património cultural coimbrão), deve existir uma cooperação real entre os estudantes, de forma a que se entenda aquilo que deve, ou não, ser tido por Praxe. Grande instrumento dessa compreensão é o Código da Praxe, que, sendo um conjunto de preceitos-guia para a boa actuação de todos, se torna normativamente necessário, de modo a evitar os abusos ou atropelos que temos vindo a presenciar. Na óptica do Conselho de Veteranos, estas práticas abusivas não podem, portanto, ser toleradas, quer para a manutenção das tradições académicas, quer para a boa convivência entre colegas.

Por último, importa referir que na Universidade de Coimbra é expressamente proibido: pintar os Caloiros; perturbar o normal funcionamento das actividades, eventos e cerimónias da UC; perturbar ou desrespeitar eventos inseridos na tradição e actividade da Academia de Coimbra; o desenvolvimento de actividades que lesem bens de terceiros; a mobilização de Caloiros ou Novatos dentro do seu horário lectivo; o desenvolvimento de actividades que causem dano, físico ou psicológico. Importa também relembrar que a adesão à Praxe é voluntária e não pressupõe qualquer tipo de consequências.

Lançamos o apelo a todos os estudantes da Universidade de Coimbra para que, tendo sempre presente o bom senso e as regras da sã convivência em sociedade, vivam a Praxe e a Tradição Coimbrã em toda a sua plenitude, e que descubram, nestes novos tempos, a magia de Coimbra e o porquê dos seus colegas do passado tanto cantarem a palavra Saudade.  

Magnum Concilium Veteranorum

Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra

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