A consciência da infância só existe na velhice, e é uma consciência de revisitação, de mitificação, não da factualidade.
Em princípio, as crianças são um pouco imunes ao tédio, que é a paisagem dominante da velhice.
Mas é o tédio que nos permite pensar nessas coisas...
A infância vê, não olha!
Mas o velho, se quer sobreviver como criança, tem de olhar.
E quando o velho procura olhar para o mundo com os olhos que tinha em criança, todas as coisas começam a falar. :)
Eu não caminho para o fim, eu caminho para a origem. Procuro sempre o "criançamento" das palavras.
P.S. - a base esteve em Mário Cláudio, cujos escritos são dignos de revisitação
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