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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





07 dezembro 2015

Ter alguém a quem amar

Ser-se amado, é sobejamente aceite como uma coisa boa. Mas ter alguém a quem amar, por estranho que pareça, pode ser uma necessidade.

Refiro-me ao "amor Ágape" - fraternal e espiritual entre camaradas, irmãos, entre a família. Um amor afetivo isento de conotações sexuais, isento de segundas intenções, isento de malícia e de interesses pessoais. 

Sendo Ágape o amor de afeição, é também amor de satisfação, pois uma fraternidade, quer seja entre irmãos de sangue ou não, quer seja entre um núcleo familiar, etc., satisfaz porque é compartilhado e tem resposta entre todos aqueles que se reúnem para formar uma fraternidade de homens, mulheres e crianças. 

Amor ao próximo??? (Isso é outra conversa...) :)

Sem o desejo ardente que caracteriza o "amor Eros", mas mais intenso que a amizade e fraternidade que sentimos por amigos - "amor Philos", é importante que haja alguém para amar agapamente (incondicional, baseado em comportamentos e pela escolha, sem esperar nada em troca).

Em 1976, Freddie Mercury escreveu e compôs "Somebody to love", que ajuda a perceber uma necessidade, por vezes esquecida, de quem tendo vivido em acolhimento institucional desde os primeiros meses de vida, tem na sua orfandade ainda mais motivos para ter a quem amar.


Uma necessidade premente de gostar de alguém, timidamente verbalizada, um sentimento paternalista presente, afecto... Ter amor para dar, precisar de alguém para cuidar (já que poucos cuidam de si)...

Tudo isso ajuda-me a perdoar os "trambolhões" que insiste em dar e que com eles me arrasta. 

Claro que, apesar de actualmente já estar perto do quarto de século, vê-lo sempre como quando o conheci, também ajuda...

Força miúdo, aproveita a fase boa que já dura há mais de um mês!!!

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