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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





26 março 2016

Esta Páscoa...

A origem da palavra parece vir do aramaico, do hebraico, até ao grego e latim. A "Páscoa judaica", também conhecida como "Festa da Libertação", celebrava a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, ou seja, aproximadamente desde 1280 a.C. (+/- 3300 anos).

O certo é que é a principal celebração do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa cristã. A data da Páscoa determina todas as demais datas das festas móveis cristãs, exceto as relacionadas ao Advento.

Sendo uma época tão importante, resolvi visitar o "melhor português vivo" (não, não fui ver um "anafado" que querem levar para o Panteão, pois criou uma Fundação que vive dos dinheiros públicos, graças às relações promiscuas que mantém com os políticos, não reconhecendo nessa Fundação altruísmo digno de registo, nem um "seco e peco" algarvio que foi P.M. 10 anos e P.R. outros 10, movendo-se como poucos no pantanal da banca), antes um homem com praticamente 90 anos, que nascendo num berço de ouro, criou um verdadeiro império (rede de farmácias, laboratório farmacêutico - Labesfal), entre outros negócios/empreendimentos), abdicando de tudo para espalhar caridade, esperança e valores a perpetuar.

Mais velhinho, mais cansado e um pouco doente, mas com a mesma capacidade intelectual, a mesma perseverança e capacidade em distribuir Amor (palavra que raramente utilizo) e conhecimento.

Podia viver a sua velhice com muito mais conforto, mas optou por se manter naquela casa humilde, rodeado de seres humanos com problemas, num ambiente onde só quem vive em função dos outros consegue sentir-se bem. Recordo que não tem qualquer apoio da Segurança Social ou outra entidade estatal, vive da boa gestão e da delapidação da fortuna pessoal de um Homem Bom, mistura de Madre Teresa e Gandhi.

Foi mais de uma hora de conversa enriquecedora, interrompida por um telefonema de 3 reclusos que tendo direito ao telefonema Pascal, aproveitaram para lhe desejar Boas Festas, agradecer-lhe por tudo e desejar-lhe o melhor do mundo. A retribuição que ouviram foi "porta-te bem!", "não faças asneiras!" e "um dia destes mando-te um dinheirito."

Ficam uns registos das "máximas" que ele vai criando/dizendo pelo meio da conversa "mais vale o coração de um analfabeto que toda a ciência de um doutor" ; "só quem se entrega consegue ser verdadeiramente independente e livre".

Hoje, sinto-me mais completo por lhe ter dito "olhos nos olhos" se podia tirar uma fotografia com o "melhor português vivo" e ele, depois de ter sorrido, me ter agarrado na mão (a foto não mostra), ter ficado sem palavras (a foto elucida).

Na sua bondade, agradeceu-me a visita e o empenho pela causa que defendo (tem conhecimento pois em tempos os nossos caminhos cruzaram-se no apoio a um jovem), como se não me tivesse dado a melhor prenda de aniversário, Natal, dia do pai, Páscoa... todas de uma só vez!

À beirinha dos 90 anos, com perfeita noção da "finitude humana", tem plena consciência da felicidade de uma vida cheia e de levar um dia um caixão cheio de amor, como fez questão de me dizer.

Os que amam profundamente, jamais envelhecem; podem morrer de velhice, mas morrem jovens. 
Martinho Lutero

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