A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





23 outubro 2007

Isto é verdade!!! - 2

1 - Rapaz, 15 anos, negro, com bom aproveitamento, muito educado, humilde, com jeito para o futebol e bastante gosto pela bola.

2 - Um país de “Simplexs” mas que apesar do rapazola falar correctamente português, viver e estudar em Portugal há mais de uma década e estar perfeitamente integrado na sociedade, com residência fixa, responsáveis, documentos, … não permite que seja inscrito como jogador de futebol amador.

3 – Depois de 2 clubes, vários dirigentes com esforço pessoal, os responsáveis pelo menor, e outras pessoas a título particular terem contactado diversas instituições em Coimbra e em Lisboa, como os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Associação de Futebol de Coimbra, (AFC), Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sempre sem sucesso.

4 – Sabendo nós a importância contra o racismo e a exclusão social, as vantagens para a saúde e o desenvolvimento intelectual, o estímulo e a socialização que o desporto tem, quais as consequências que esta situação pode ter e que já se vai notando? Sim, porque treinar, jogar uns jogos-treino ou mini-torneios é muito pouco para quem tem noção que está a crescer e disputar um campeonato, “como os outros” é um objectivo legítimo.

5 – E agora? O que fazemos? Damos (falsas) esperanças, permitindo que deixe de acreditar em nós? Assumimos o que pensamos e fica a ter raiva de um sistema que não lhe liga, tornando-se eventualmente ainda mais rebelde do que a própria idade o prevê?

6 – Temos portanto aqui um exemplo de que as actuais leis servem para facilitar a vida a um sistema sem rosto, mas não dão mais alegrias aos rostos dos cidadãos, esses sim, em quem se deveriam centrar as medidas. Não é centralizando e regimentando que lá vamos, pois precisamos de humanismo (palavra que curiosamente consta no propósito do Enclavado) para olhar para as pessoas e não para os números que elas representam. Quando vão os nossos governantes entender que só temos uma vida, por isso ao ser afectada negativamente em detrimento de 10 outras, para essa pessoa é irrelevante (ex: se morrer uma pessoa num acidente é tão trágico para os seus familiares como se tivesse ocorrido um despiste de um comboio, com dezenas de mortos e o seu ente fosse um deles).

7 – Para terminar, aceito sugestões, cunhas, conhecimentos a altos níveis, ou outra qualquer ajuda que possa resolver esta situação, dando mais felicidade a uma criança e talvez contribuindo para repor a tal justiça social.

1 comentário:

Amigo da Sopa disse...

Hoje aprendi que um conselho só se deve dar em duas ocasiões: Quando é pedido e em caso de vida ou morte. Já que mo pedes, aqui vai: Nas próximas eleições que, se não me engano, são já para 2008, votem todos no Engenheiro.