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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





19 fevereiro 2010

Declaração de Sócrates

Primeira falácia:

“Nunca, nem eu próprio, nem o Governo, demos qualquer orientação à PT, ou a qualquer dos seus administradores, para adquirir a TVI ou qualquer outra empresa de comunicação social”

Sócrates viu hoje o JN escrever que o PGR não encontrara escutas dele a dar uma ordem directa, por isso pode dizer que não a deu. Mas nada fica esclarecido sobre o papel de Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares, que estão muito longe de ser meros franco-atiradores.

Segunda falácia:

“É uma falsidade que alguma vez eu ou o Governo, à data da minha primeira declaração sobre o assunto na Assembleia da República, tenhamos sido informados pela PT, sobre as suas intenções de adquirir a TVI”

Aqui o detalhe está em ser informado “pela PT”. O que está em causa é se sabia ou não sabia. Sobre isso Sócrates volta a iludir a resposta.

Terceira falácia:

“Estes são os métodos de quem dá mostras de não saber aceitar a escolha e o resultado das eleições legislativas, de não saber conviver com o julgamento democrático dos portugueses”.

Tal como os americanos não absolveram Nixon do caso Watergate ao reelegerem-no, nenhum resultado eleitoral permite a Sócrates iludir a necessidade de prestar esclarecimentos aos portugueses.

Pelo que, depois de ouvir o nosso primeiro, continuamos como antes: a saber que tudo o que aconteceu, aconteceu; que não é crível que tivesse acontecido sem José Sócrates saber; e que este podia ter esclarecido o que não esclareceu ao refugiar-se, desta vez, na fórmula “informados pela PT”.

Amanhã há mais...

(José Manuel Fernandes)

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