Imaginem que têm 21 anos.
Imaginem que foram criados numa instituição.
Imaginem que o vosso pai e a vossa mãe já faleceram.
Imaginem que não têm apoio familiar de rectaguarda.
Imaginem que estão há ano e meio num centro temporário para "Sem-abrigo".
Imaginem que apenas sabem fazer o que aprenderam num curso da APPACDM.
Imaginem que em termos cognitivos não são propriamente brilhantes.
Imaginem que têm plena consciência de todos os pontos enumerados anteriormente.
Imaginem que quem vos apoia não consegue arranjar emprego compatível com as vossas aptidões.
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Imaginem que a vida é justa!
6 comentários:
A vida é tão injusta para alguns e boa com outros que nem sempre merecem. Porquê? Ontem, vi uma reportagem com os meninos do Convento de Semide (que conheço tão bem).
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e esse deficiente e abandonado social, é o tal Rui "Nabigo" de que falaste aí p'ra baixo, certo?!
Sugestão de um 'carroceiro':
- já tentaste (ou alguém tentou!)arranjar-lhe o RSI?
- o envergonhem, sem enxovalhar as técnicas da Seg. Social!
- o discurso do 'coitadinho' não pega, e é dar-lhes uma importância que não têm.
afinal o dinheiro que elas 'gerem' é 'nosso'!
aqui na minha zona ele 'alimenta', centenas de cafres, de todo o lado e bandos de ciganos, sabe-se lá de onde!
- p.s. -
indica-nos o que é que ele sabe realmente fazer e o que conseguiu aprender no tal curso ?
e tu és professor do ensino especial?
abraço
Infelizmente há muitos "Ruis Nabigos" e refiro-me a um rapaz mais novo, o Rui é dois meses mais velho do que eu.
O jovem a que me refiro aprendeu a ser estofador (embora não seja muito perfeito, desenrasca-se) e tem apenas direito a uma pensão por deficiência mental.
Vmos ver se a cunha que meti na casa das chaves (onde fazem arranjos de calçado), funciona...
Apesar de não ter muita esperança, pois além de eu não ter cartão cor-de-rosa, o rapaz não usa gravata e não frequenta lugares de luxo.
Abraço!
P.S. - não pertenço à educação especial mas trabalho com "malta especial"
É verdade Elisabete. A vida e a sorte com que se nasce, pode fazer toda a diferença.
Dizer que todos temos as mesmas oportunidades, é uma utopia.
Beijinho.
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oxalá sejas feliz na tua demanda, junto da 'casa das chaves'
só não entendo onde queres chegar com a do cartão 'rosa-ps' e as gravatas - mais a tua do que a dele, por certo! - e os lugares de luxo...(ou será que entendo?!)
mas não é isso que importa, como diria a Teresa Guilherme.
diz-me; terá ele a capacidade de se adaptar a um novo ambiente?
tenho como amiga de adolescência a directora do CECD de Mira-Sintra, com quem não contacto há algum tempo, mas que irei visitar e a quem vou expôr esse caso.
sei que eles trabalham no Centro apoiados por Mestres e têm várias
'especialidades'.
sei que há produtos fabricados, como por exemplo, vários tipos de redes em arame, e vendidos pelo próprio Centro, para o exterior.
p.s. - não quero criar quaisquer ilusões, até por não saber se os 'alunos' do CECD, são ou não internos.
Dir-te-ei, alguma coisa acerca do assunto, até sexta-feira.
abraço
O rapaz tem algumas dificuldades de adaptação, mas entre essas dificuldades iniciais e passar os dias entre uma cadeira e outra, a apanhar o fumo dos outros e a olhar para a decadência que o rodeia (da qual vai fazendo parte)...
Nestas situações, até as falsas esperanças são bem vindas, pois o marasmo é mau demais.
Agradeço o esforço e a intenção.
As gravatas e o cartão nos tempos que correm são sinónimos de tachos e cunhas para os boys amigos de quem nos governa.
Abraço.
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